Associação

TCA- época de mudança e mudança de época!



A arte é a melhor forma de governo.
Isadora Duncan


O Teatro Castro Alves- TCA - tem sido para a cidade de Salvador uma espécie de ser vivo, um estado de espírito, um modo de ser, uma causa de liberdade - aquela mesma que dá sentido à história, a liberdade de um povo constituir-se a si mesmo... O TCA é sem dúvida um lugar de aprendizagem, de formação de uma consciência crítica, portanto é a alma de um povo que se encontra imbricado no coração da cidade com toda uma carga afetiva. De geração em geração tem sido um marco de vida, de exercício de cidadania, ponto de encontro, de histórias de amor...(todo mundo tem uma história para contar dele, sobre ele, a partir dele!)
Sua existência se inscreve na história enquanto testemunho vivo, imantado pelo espirito de resistência de um povo que, muito além das provocações de uma sociedade do espetáculo tola e sem senso de ridículo - a que privilegia o supérfluo, o riso fácil, o pensamento único, a alienação e a desativação do poder de transformação do mundo a que serve a linguagem da arte -, permanece altivo, espaço síntese, imune, por assim dizer, a toda espécie de atentado ao espírito libertário ali constituído pela força e pela magia que esta terra lhe confere. É assim que ele consegue se perpetuar por ser trincheira, esperança sempre acessa de um mundo que só mesmo a ousadia da arte pode oferecer. É ele, sim, o guardião e também a sentinela avançada destinado pela história.
O que o consagra enquanto tal é que por seus corredores passaram e passam pessoas que doaram e que, diuturnamente, ainda doam o melhor das suas vidas, o melhor que o ser humano pode oferecer à história do seu povo: estar à serviço de um sonho comum, o da construção de uma vida mais possível, no exercício diário de resistência a toda uma espécie de atitudes que tenta, em vão, desiludir, desestimular, desativar o teor explosivo que só a arte pode conceder!
Agora, nos altos dos seus 46 anos, vem mais uma vez reafirmar um novo tempo que se instaura nos dias de hoje; está aberto para uma atualizacão da sua missão histórica e uma reinvenção consciente da sua função. Há em curso todo um redimensionamento dos seus espaços físicos, o que o tornará referência arquitetônica e de engenharia do espetáculo, mas não restrito a isso. Ele chega assim à contemporaneidade com toda a pujança tecnológica que se tem notícia... Terá praças, varandas, galerias, um verdadeiro espaço de cura civilizatória na medida mesma da concepção de espaço proposto por um projeto verdadeiramente arrojado.
Sim, sim, mas não apenas nos seus aspectos físicos, mas, sobretudo, naquilo que o faz tão imprescindível: estará pronto e melhor para servir de espaço plural, reduto de exercícios de cidadania e, assim, referência técnica, política e ética; assegurará aos cidadãos dessa terra a certeza de termos um espaço destinado a verdadeiras ações-em-com(s)certo, rumo a uma construção possível de uma sociedade que sonhamos: a construção social de uma felicidade pública (Hanna Arendt) (Se essa sociedade que sonhamos vai existir ou não, não tem a menor relevância: o teatro, desde sempre, é o espaço real onde podemos inventar aquilo que acreditamos poder existir e assim com certeza, existirá!)
É assim que ele é sobretudo o lugar de grandes acelerações históricas, uma proposta de abalos conceituais, de outras palavras que inauguram novos tempos... Todos são convidados a participar dessa vertigem, dessa voragem artística, deste encantamento...
Neste exato instante surge a ATCA - Associação Amigos do Teatro Castro Alves - como que para dar sustentação à sua causa, para assegurar o destino desta casa de arte, para facilitar outras tantas reflexões e conexões: é a representação civil que se corporifica nesta época de mudança e nessa mudança de época... São pessoas, 50 cidadãos que emprestam suas experiências para ajudar a criar outros horizontes de possibilidades, que se entende, portanto, como ponte, instância de mediação a serviço de um diálogo aberto entre os ideais de uma sociedade sempre em construção e as instâncias de poder democraticamente constituídos. É bom lembrar que as flores passam, mas a primavera fica... Vamos juntos.
José Antônio Saja

Quadro dos Conselhos: 
Presidente do Conselho Deliberativo: João Américo Bezerra
Conselho Deliberativo: João Américo (Presidente), Luciano Coelho (Vice-presidente), Fernando Marinho (Tesoureiro), Lúcia Mascarenhas (Secretária), Thomas Kraack (Conselheiro) e Lúcia Leão Jacobina Mesquita (Conselheira)
Conselho Fiscal: Emília Gonçalves, Olintho  Oliveira e Clodomiro Souza

 Associados:
Alberto José Simões de Abreu, Anaiçara Póvoas de Góes, Ayrton Raimundo Nunes, Elizabeth Maria Souto Wagner, Clodomiro Alves de Souza, Dirceu Souza Factum, Elma Suely Lacreta Leoni, Emília Maria Dórea Gonçalves, Erick Magalhães Vasconcellos, Fabiana Pimentel Santos, Fernando José Amorim Marinho, Fredie Souza Didier Júnior, Gilberto Pedreira de Sá, Hebe Alves da Silva, Isaias de Carvalho Santos Neto, Joaci Fonseca de Góes, João Américo Bezerra, Lia de Carvalho Robatto, Lorena Grisi, Lucia Leão Jacobina Mesquita, Lúcia Margarida Soares Mascarenhas, Luciano Bahia Coelho Luiz Augusto Feitoza Ferraz, Manoel Figueiredo Castro, Maria Couto Cunha, Maria da Graça Diniz da Costa Belov, Marta Dórea, Olinto José de Oliveira, Patrícia Maria Pimenta dos Santos, Paulo Costa Lima, Ramona Elisa P. Nogueira Carvalho, Regina Helena Borges Pimenta, Sandra Borges Robatto, Simone Ganem Assmar Santos, Talmo Rodrigues, Thomas Kraack, Virgiia Maria Veiga de Sena, Yêda Robatto Stasi.

A associação funciona no espaço do TCA e conta com apoio da diretoria do TCA, através Moacyr Gramacho, seu diretor geral, e Rose Lima, sua diretora artística.


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